Buscando a modernização do setor elétrico nacional, o Ministério de Minas e Energia (MME) está se preparando para adotar o cálculo horário do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), a partir de 2019. Essa medida possibilitará o detalhamento da curva de carga e da sazonalidade da geração eólica dentro de um dia, possibilitando a redução do despacho de usinas térmicas, redução de encargos e até mudanças no padrão de consumo.

Com o intuito de prever os possíveis impactos dessa implementação e da utilização do modelo DESSEM (que será usado na projeção do preço horário), em abril de 2018, a Câmara de Comercialização de Energia (CCEE) iniciou a “Operação Sombra” que até a implementação oficial do PLD horário apresentará a curva de preço gerada por meio deste modelo.

Com a Operação Sombra é possível realizar testes, adaptar e capacitar os agentes ao novo modelo, além de poder elaborar análises e estudos comparativos entre PLD semanal (atualmente o PLD oficial) e o PLD horário.

Confira abaixo uma análise dos primeiros resultados divulgados da Operação Sombra. Durante o processo, a CCEE utilizará dois cenários do DESSEM:

  1. Com rede elétrica, ou seja, considerando as restrições elétricas internas ao submercado;
  2. Sem rede elétrica, desconsiderando as restrições elétricas no submercado.

Na imagem abaixo (figura 1) vemos a variação do preço com rede e sem rede por submercado, no qual o impacto da utilização das restrições elétricas é maior nos submercados Norte e Nordeste.

Figura 1. Preço com rede X sem rede por submercado.

 

No caso do Nordeste, por exemplo, há restrições de geração mínima para as usinas do rio São Francisco, que são consideradas no cenário com rede e desconsideradas no cenário sem rede, o que justifica essa diferença entre os preços. Por outro lado, no Sul e Sudeste/Centro-Oeste, a variação entre preço com rede e sem rede é mínima, fazendo com que os preços permaneçam praticamente iguais ao longo do dia.

O gráfico 1 traz um comparativo entre o PLD semanal e o PLD horário e o gráfico 2 mostra a variação do PLD horário em 6 dias diferentes no submercado Sudeste/Centro-Oeste.

Gráfico 1. Comparativo entre o preço horário e o PLD

 

Gráfico 2. Variação do preço horário no Sudeste.

Durante a madrugada, por conta da representação da curva de carga horária no modelo DESSEM, o PLD fica no mínimo. Nas primeiras horas da manhã, o preço aumenta significativamente, permanecendo com pouca variação ao longo do dia.

Como dia 21 de abril foi um feriado, a demanda de carga foi menor, sendo assim, o preço ficou no valor mínimo o dia todo. Já no dia 20 de abril, sexta-feira, este cenário não se repetiu em nenhuma hora do dia, porém este comportamento não era esperado, e de acordo com a CCEE, a causa ainda está sendo analisada.

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