A indústria brasileira poderia economizar R$ 4 bilhões anuais em energia já em 2020, apenas adotando tecnologias de eficiência energética, de custo relativamente baixo, calcula a Comerc ESCO*. “Estamos falando de investimentos pontuais, os quais se pagam, em média, entre um e seis anos, conforme o tipo de projeto, com economia obtida na conta de luz”, afirma Marcel Haratz, diretor da empresa. No caso do comércio, o potencial de economia a partir de 2020 são de R$ 2,4 bilhões anuais em gastos com eletricidade.

Além de impactos positivos no caixa das empresas, a eficiência energética também traz consequências importantes para o país. Segundo os cálculos da Comerc ESCO, o potencial de eficiência energética da indústria brasileira em 2020 equivale a 17,9% da geração de Itaipu (PR) no ano passado, ou 41% da geração total (quando todas as suas turbinas estiverem em funcionamento) estimada de Belo Monte (PA), ou 3,6 vezes a geração da termelétrica a carvão de Pecém 1, no Ceará. Da mesma forma, o potencial de eficiência energética do comércio em 2020 é análogo a 7,2% da geração de Itaipu em 2017; 17,6% da geração total estimada de Belo Monte ou 1,6 vez a geração de Pecém 1.

Investimentos em infraestrutura

“Quando economizamos energia, deixamos de pressionar o sistema elétrico, o que significa que o Brasil passa a poder postergar investimentos vultosos em infraestrutura. Outro benefício considerável é que reduzimos impactos ambientais, decorrentes da emissão de gases de efeito estufa causados pela geração desnecessária dessa energia, que hoje é desperdiçada”, argumenta Haratz.

A pedido da Comerc ESCO, a consultoria Sinerconsult calculou qual seria impacto no meio ambiente, caso a indústria e o comércio alcançassem todo o seu potencial de eficiência energética em 2020.  “Na ponta do lápis, descobrimos que a indústria deixaria de emitir mais de 6 milhões de toneladas de CO2 equivalente e o comércio outros 2,6 milhões”, informa o executivo. Essa redução equivaleria, ainda, a uma área de 12,7 mil hectares de reflorestamento, em função do esforço da indústria, e outros 5,5 mil hectares de reflorestamento, em razão do investimento do comércio. No total, as duas áreas corresponderiam a mais de 60,9 milhões de árvores.

“O custo de não fazer”

“Também atualizamos – com os custos de 2018 – a tabela que demonstra quanto cada tipo de empresa deixa de economizar mensalmente ao não buscar ser mais eficiente no uso de sua energia elétrica”, informa o diretor. Um shopping center, por exemplo, com uma conta mensal de R$ 800 mil, tem o potencial de reduzir em até 25% os gastos com climatização e 21% os de iluminação, o que representaria uma economia mensal de R$ 368 mil mensais em energia. Já, uma indústria de vestuário, com uma conta mensal de R$ 1,5 milhão teria condições de reduzir sua conta de luz em até R$ 330 mil se trocasse os seus motores elétricos.

Confira abaixo estimativas do potencial de economia de um shopping center, um hotel, uma rede de varejo, um supermercado e uma indústria de vestuário, segundo os cálculos da Comerc ESCO.

Tabela com estimativas do potencial de economia de um shopping center, um hotel, uma rede de varejo, um supermercado e uma indústria de vestuário.

FONTE: Comerc ESCO

(*) A empresa usou como base as estimativas da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de 16,3 milhões de MWh de potencial de conservação de energia da indústria em 2020, e o valor médio de R$ 250/MWh cobrados do setor para o consumo de eletricidade em alta tensão. No comércio, a EPE estima que o potencial de conservação de energia seja de 7 milhões de MWh, em 2020. O preço médio cobrado do setor foi estimado em R$ 350/MWh (baixa tensão).

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