Desde seu anúncio, a camada do Pré-Sal tem trazido muitas expectativas sobre o aumento da oferta de petróleo e gás natural no Brasil. Espera-se que essas reservas não só dobrem a produção brasileira de petróleo como também forneçam, no médio prazo, grande parte do novo gás natural, uma vez que muitos campos importantes em operação começam seu período de declínio nos próximos anos.

A produção de gás natural do Pré-Sal é uma realidade e provém de dois campos: Lula, que produz desde 2011, e Sapinhoá, que produz desde 2013.

Figura 1 – Localização do campo de Lula (Fonte: simgás)

Figura 1 – Localização do campo de Lula (Fonte: simgás)

O campo de Lula, inicialmente conhecido por Tupi, localiza-se na Bacia de Santos, mas geograficamente pertence ao Estado do Rio de Janeiro (Figura 1). O bloco (BM-S 11) que deu origem a esse campo foi leiloado pela ANP em 2000, na Rodada de Licitações número 2. Sua primeira descoberta foi anunciada em agosto de 2008, porém os testes de longa duração (TLD) que verificam o comportamento da produção iniciaram apenas em 2011. A produção em Lula começou em agosto deste mesmo ano.

Ao todo, foram mais de dez anos entre o anúncio de sua descoberta e o começo de operação. Esse tempo está acima da média em comparação ao histórico de outros campos no Brasil. Contudo, a ‘demora’ está associada ao aprendizado e à adaptação das novas condições de exploração do Pré-Sal.

É importante destacar que parte da produção de um campo de gás natural é utilizada para outros fins dentro do próprio processo produtivo (reinjeção, queima e consumo nas plataformas – E&P). Sendo assim, para o cálculo do seu uso efetivo no mercado é preciso descontar esses volumes. Tem-se, então, como resultado, a chamada ‘produção disponível’, que é o gás natural efetivamente enviado ao mercado, após tratamento.

Pelo histórico de produção (Figura 2), observa-se que o campo de Lula já chegou a disponibilizar ao mercado até 3 milhões m³/dia em 2013. Contudo, neste ano, por problemas operacionais, grande parte do gás natural produzido no campo acabou sendo reinjetado, o que reduziu sua entrega ao mercado.

Estes problemas foram associados à remoção de CO2. O gás é um produto que pode gerar corrosão nas tubulações. Por isso, grande parte do gás natural que escoaria para a terra precisou ser reinjetado.

Lula é um campo com produção de gás natural associada ao petróleo, que, por sua vez, sempre tem prioridade. O comportamento da produção de petróleo interfere diretamente na de gás natural.

No entanto, as expectativas de produção de Lula para os próximos anos são promissoras. Estima-se que o campo possa atingir uma produção bruta de gás natural próxima a 40 milhões m³/dia já em 2020, com a expectativa de que se torne um dos maiores campos nos próximos anos.

Figura 2 – Evolução da produção de petróleo e gás natural no campo Lula (fonte: ANP)

Figura 2 – Evolução da produção de petróleo e gás natural no campo Lula (fonte: ANP)

A relevância de Lula para o mercado não está apenas associada aos seus volumes, mas também à diversidade de sua composição acionária. O megacampo tem como operadora a Petrobras (65%), ao lado da BG Group (25%) e Galp Energia (10%). Essas empresas têm, inclusive, participação na infraestrutura de escoamento (rota 1) para a terra.

Embora toda a comercialização de gás natural seja feita atualmente apenas pela Petrobras, a representatividade dos volumes de gás natural marca a entrada de novos ofertantes no mercado brasileiro, esperada para os próximos anos. Estes novos agentes são importantes para garantir o abastecimento e o desenvolvimento e competitividade do mercado de gás natural no Brasil no longo prazo.

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