Nos últimos dois anos e meio, as chuvas não contribuíram para a recuperação dos níveis dos reservatórios. Na região Sudeste/Centro-Oeste, por exemplo, em todos os meses de 2014, excetuando-se junho, a Energia Natural Afluente (ENA) ficou abaixo da média histórica.

A geração hidráulica para o atendimento ao consumo é complementada por outras fontes, como as usinas a biomassa, eólicas e PCHs, além das térmicas, despachadas por modelos computacionais (Newave e Decomp), de controle central pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). Este despacho é por ordem de mérito, ou seja, da mais barata até a que apresentar o maior custo abaixo do Custo Marginal da Operação (CMO), base para a formação do PLD.

Neste momento crítico, de falta de chuvas, todas as térmicas estão sendo despachadas para atender ao consumo. As mais caras, com custo maior do que o CMO, são ressarcidas via Encargos de Serviço do Sistema (ESS) e, neste caso, por segurança energética (ESE). Conforme resultado da Audiência Pública 54, que reduziu o teto do PLD para 2015 (leia mais sobre a redução clicando aqui), esses encargos continuarão sendo rateados entre os todos os agentes de consumo.

No gráfico seguinte, com PLD máximo de 822,83 R$/MWh – teto para o ano de 2014 -, considerando a disponibilidade térmica da primeira semana de dezembro/14, observa-se que 96% das térmicas estão abaixo do PLD máximo. Tendo em vista a redução definida na AP 54 – 388,48 R$/MWh de PLD máximo em 2015 -, percebe-se que 72% das térmicas ficariam abaixo do PLD máximo. Caso o regime de chuvas permaneça escasso, exigindo despacho contínuo das térmicas, o ressarcimento via ESS sairá de estimados 4% para 28% das térmicas.

Fonte: Estudos Comerc

Fonte: Estudos Comerc

Em outras palavras, quando se reduz o PLD máximo em um momento de preços elevados, diminui-se a quantidade de térmicas gerando por ordem de mérito, enquanto aumentam as térmicas gerando por segurança energética. Caso se mantenha o despacho térmico no máximo e o PLD no teto, o ESS para 2015 pode chegar a cifra de R$ 1 bilhão por mês.

A tabela abaixo apresenta uma estimativa do Encargo por Segurança Energética em reais e em R$/MWh, a partir da disponibilidade térmica do deck do decomp de dezembro/14 e da disponibilidade total do deck do Newave de dezembro, considerando-se o teto do PLD a R$388,48/MWh. Nestes cenários, os encargos poderiam variar de R$ 800 milhões a quase R$ 1,6 bilhão em 2015. A última linha da tabela mostra o Encargo por Segurança Energética considerando uma carga média de 62.000 MWm.

Estimativa do ESE (Segurança Energética): 

Fonte: Estudos Comerc

Fonte: Estudos Comerc

No exercício realizado na tabela acima, o ESE médio de setembro de 2014 foi de 3,00/MWh. Em outubro, o valor médio estimado foi de R$1,38/MWh. Considerando que dezembro já estivesse valendo o novo teto do PLD, esse valor passaria para uma média de R$17,99/MWh.

O Encargo de Serviços do Sistema (ESS) varia para cada submercado, mas o ESE (Segurança Energética) é rateado entre todos os consumidores de energia. A partir de 2015, esse custo térmico adicional será pago por todos consumidores de energia elétrica, caso as térmicas sejam despachadas acima do PLD máximo por segurança energética.

Como reduzir custos na sua empresa

Separamos 6 dicas para te ajudar com a economia de energia no final do mês.

Baixar ebook

Mais notícias sobre Energia Renovável